sábado, 26 de abril de 2008

Versos do Ti Lazaro

Meus senhores e senhoras
Com respeito ao negócio.
Está mau, nenhum dá...

O Joaquim "Serrador".
Farta-se de trabalhar.
Não sei o que ele faz.
E agora por fim.
Deixa de vender o gás.
A mulher ralha e murmura.
As freguesas levamas botijas,
E não pagam a factura.

Temos também a "Padeira".
Eu não me posso conformar.
Pois se o pão é uma "brindeira".
Ela ainda o quer aumentar.

O Zé Silva também diz
Que não dá, que não dá.
E tem que fechar as portas.
Mas encosta-se ao balcão.
E é só contar anedotas.
As freguesas aborrecem-se e dizem
Vou ver se a Zezinha ali está.
Mas perguntam por bacalhau.
E ela diz que não há.
Mas eu vou lá pedi-lo.
E o bacalhau só vem
A noventa escudos o quilo.

O Manel "Ferrador" esse.
Safa-se bem, porque sabe
fazer as manobras.
Prega as ferraduras velhas.
E diz aos fregueses que são novas.

O Rogério mais abaixo
Esse então é muito esperto.
Os filhos vendem, a mulher vende,
E ali não há preço certo.

O Guilherme "Serrador".
Esse, não sei como é.
Com o negócio da madeira.
Já arranjou um "Chailé".

O " Velhinho", esse coitado.
Agora é que vai p'ro fundo.
Porque agora não se dá.
Com ninguem do Novo Mundo.

O Tóino Domingos, do armazém.
Esse trabalha forte,
Porque lá aprendeu
a fazer aquele lote.

O Domingos da Regina.
Esse vai-se safando
E é um bom cavalheiro.
Mas só ele é que quer vender,
Até já ralhou com o "Tendeiro".

Valente está o Albino "Baleia".
Está sózinho ali no canto.
Arranja o dinheiro que quer.
Dizem os homens do Banco.

Eu queria pedir desculpa.
Se deixei alguem p'ra trás.
Porque isto tudo foi estudado.
No dia de são Brás.

Estes versos foram criados por:
Lázaro da Silva 03-02-1976

Uns dias mais tarde declamados pelo próprio no teatro de Carnaval em A-da-Gorda.
Ditados pelo próprio a Helena Santos em : 27-10-1999

Sem comentários: